Muitas vezes o modelo errado da certo

domingo, 8 de março de 2009

Esta semana recebi a visita de uma amiga em crise conjugal. Muitos amigos e amigas veem a nós como exemplo de sucesso conjugal. De casamento ideal. De relacionamento estável, inquebrável e eterno.

Entretanto, o que há de normal ou anormal, diferente ou igual, certo ou errado que outras pessoas veem nosso relacionamento como exemplo?

Não saberei responder de imediato.

Poderia elencar vários motivos e várias razões, mas todas elas não refletiria a verdade, e tenho certeza, que nosso sucesso é a maneira que encaramos os erros e não os acertos do relacionamento.

Nunca esperamos um mar sem tormenta. Nunca imaginamos e nem buscamos um jardim edênico.

Nossa relação nunca foi baseada nos contos felizes, nem nos filmes românticos, nos finais de novela.

Sempre partimos da premissa de que separariamos nos próximos anos, no entanto, diante da perspectiva negativa, fizemos mudanças, e viemos nos adaptando a situação do dia-a-dia, para que houvessem mais momentos de romance, de alegria, de festas e outros momentos.

A diferença entre nós, é que procuramos enfrentar os problemas juntos, e não separados. Não pensamos que o universo conspira a nosso favor, mas, também, não é contrário, apesar de existirem muitos momentos díficeis e fases complicadas, e situações desafiadoras e de dúvidas e incertezas.

A amiga, não gostou de nossa posição. Achou que apoiamos a parte errada, e não conseguiu ver a opção de valorizar o todo, e não uma das partes.

Uma parábola, é melhor do que a verdade explicita. Uma dúvida é melhor do que descobrir a mentira contada. Uma verdade oculta é melhor do que uma mentira revelada.

O modelo de homem vislumbrado e difundido é baseado no erro. O modelo de estereotipados nestes filmes, novelas, livros e revistas é uma ilusão. Não existe. E não estou pensando no descrição de Príncipe encantado, estou pensando nos meus semelhantes. Homens de carne e osso, que tem mais em evidências os seus defeitos do que suas qualidades.

O modelo de mulher vislumbrado e difundido, como uma mulher inteligente, com situação financeira definida e estabilizada, bem como profissionalmente bem sucedida, faltando apenas um parceiro para completar o cenário, porém, haverá muitas tormentas e controvérsias antes do FELIZES PARA SEMPRE, implicito no THE END!

A nossa vida conjugal, não é uma comédia romântica. Não iniciou e não se passa em algum escritório, ou nalgum parque de Nova York, Chicago, Paris, Londres, ou Moscou. Não, não é.

A nossa vida conjugal, não foi um amor à primeira vista, não fomos surpreendidos por uma paixão avalassadora, mas, estamos insistindo, lutando, labutando para sermos felizes para sempre.

Somos um modelo errado, porque suplantamos e desdenhamos do romance, do amor, da paixão, da felicidade, ainda que os ditos estejam sempre se oferecendo para melhorar nossa condição, poém temos resistido-lhes com o pensamento de que que por eles foram dirigidos tomaram sempre a direção errada.

  • Se não estou feliz… o relacionamento é melhor acabar mesmo;
  • Se não existe paixão… não há o fogo necessário para o aconchego;
  • Se não não existe romance… é porque não existe amor;
  • Se não existe amor… estamos nos especializando em não saber cultivá-lo.

Nosso modelo errado porque errando ou acertando, insistimos, persistimos e não desistimos dele. E tal comportamento está em desuso, fora de moda, mas, é o nosso modelo.

Fonte:adaobraga

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